Onde Sua Casa

Akins Kintê

Compositor: Não Disponível

Diz linda mulher preta
Onde quer sua casa
Que eu vou meter brasa
Mas longe da escopeta

Meu coração não engaveta
Meu verso não atrasa
Vou construir sua casa
Meu sonho, minha meta

Divinéia é massa
Um terreno em Ondina
Nordeste de Amaralina
Mãos dadas lá na Graça
Descendo o Curuzu
Ou no Parque Regina
Pirajá ou Piraju
Noruska no Colina

Sempre se bate
Ali no Abaeté
Nas Praças da Sé
Importante se vê
Pode pá no Parque Ipê
É nós em Nazaré
Cara a cara Carumbé
Jaguaré quero você

Diz linda mulher preta
Em Jauá a laje?
Respeito é nosso traje
Sem precisar da letra

Meu coração corneta
Viver essa viagem
Dois cômodos na laje
Eu sonho na direta

Que tal no Juscelino
O barraco na lapinha
No Vale das Pedrinhas
Nas ruas do Ermelino
Em Águas de Menino
Lá na Barroquinha
Si pá Piraporinha
São Matheus se quer o destino

Se arma em Armação
Penteado que cor pintas
Bogun, Federação
Calabar ou Quintas
Calabetão ser feliz
Bom clima é Aclimação
Barril mesmo é Barris
Ou acampamos no Capão

Diz linda mulher preta
Onde o biongo
Vai ter reza e jongo
E não existe capeta

Meu coração já flerta
No seu riso me alongo
Construo o biongo
E a tristeza não aperta

Uma kit no Glicério
No Alto do Peru
Ali no Monte Azul
Ou um apê em São Savério
I.A.P.I. ou Grajaú
Mascarenhas de Moraes
A casa em Ferraz
Ou aí no Cabuçu

Já pensei em Coutos
Pense bem Maracá
No Jaqueline os filhos soltos
Ou Cidade Ademar
Bonito é Pilar
Lindos beijos envolto
Nossos corpos revoltos
Só suando no Sinhá

Diz linda mulher preta
Onde sua morada
Na noite estrelada
Vou empunhar caneta

Meu coração acarreta
Trabalho nas madrugadas
Pra construir sua morada
Com saúde de atleta

Uma frente em Águas Claras
Ali no Elisa Maria
O lar no Jabaquara
Ou em Cosme de Farias

No Garcia não anula
Agracia no Canela
Casa Verde ou Cabula
Ou no Jardim Capela

No Kintal essa casa
Ou essa casa em Paripê
Tenhamos sempre asa
Mas o ninho em Itapagipe

Cê não conhece Pedreira
Chapo igual Rio Vermelho
Gosto do Valo Velho
Como gosto Cajazeira
Como moro no Silveira
Ou no Jardim Lucélia
Nem França, nem Itália
Nossa goma Engomadeira

Diz linda mulher preta
Onde o bangalô
Do ladinho do Pelô
E vidão nosso planeta

Meu coração não aquieta
Vem afastar a dor
Nós no mesmo bangalô
Só você me completa

Freguesia do Ó
Pra morar Promorar ou Pinheirinho
O ninho no Tororó
Bom Juá ou no Alto do Coqueirinho
Pra não ter revés
Barro Branco sem gandaia
Pensei Pernambués
Se quiser Saramandaia

Itapuã, Jaçanã
Talvez Massaranduba
Sacomã ou Piatã
Itaquaquecetuba
Sussuarana, a Suburbana
Ali no Cangaíba
Lá pros lado de Santana
Ou aí em Narandiba

O meu Inácio Monteiro
Ou em Marechal Rondon
Ou quem sabe Saboeiro
Ou um apê em Doron

Na Barra, nós sem norma
Ou em Peri-Peri
Aqui Peri e o Pari
Ou uma terra em Plataforma

Diz linda mulher preta
Onde o apartamento
Grande sem sofrimento
Lá em Lauro de Freitas

Meu coração profeta
Já não vê tormento
Nesse nosso apartamento
Esse sonho ninguém veta

Aí no São Caetano
Aí na Ribeira
Aqui no Paulistano
Aqui Cantareira

Aqui A. E Carvalho
Aí Pituaçu
Aí no Barbalho
Aqui Vila Calú

Ali Pirituba
Mata Escura tá em punga
Sapé ou Pituba
Se quiser Mussurunga

Na Uruguai é nós
COHAB 2, Paquetá
Dendezeiros ou Munhoz
Eu nasci pra casar

Morar no Santo Antônio
Em Brotas ou Santa Cruz
Largo do Tanque ou Teotônio
Rio Pequeno ou Perus
Cana Brava olho no olho
Como no Morro da Pinga
Como no Morro do Piolho
No Canta Galo um Cinga

Não quero Disneylândia
Só quitado o barraco
Quilombo Rio dos Macacos
É a minha Brasilândia

Eu gosto das quebradas
Onde o sentimento aflora
Nesses canto a gente mora
Só se senti amada

Diz linda mulher preta
Onde sua caxanga
Onde o coração não zanga
E administramos a treta

Meu coração arquiteta
Num jardim que não sangra
A mais linda caxanga
Com minhas mãos de poeta

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